domingo, 25 de maio de 2014

A BRASILEIRA renasce para a Cidade do Porto

Na passada semana tive a oportunidade de assistir à apresentação de um interessante projeto de reabilitação de um dos mais famosos estabelecimentos comerciais do Porto. Foi aqui que em 1903 Adriano Teles, antigo farmacêutico emigrado em Minas Gerais, inaugurou A BRASILEIRA para divulgar uma marca própria de café. Reza a história que o senhor Adriano oferecia um cafezinho a todos aqueles que comprassem um saco de café em grão.
Situada no coração da cidade, hoje faz-me recordar os anos 60, as tertúlias dos amigos jornalistas, jogadores de futebol, candongueiros, rifeiros e até ourives, esses mais abastados, que esperavam pela saída das coristas do Sá da Bandeira.
Os tempos foram mudando, abriu uma confeitaria e um restaurante, o Café expandiu-se, e foram feitas obras de ampliação que o tornaram um ex-libris da cidade, sempre sob a direção do primitivo proprietário.
Saltando para o nosso século, dificuldades financeiras abalaram o negócio, o edifício alugado a várias empresas de serviços, um notário, etc. foi ficando quase desertificado. O café resistiu enquanto pôde mas acabou por ser “entregue” por conta de débitos ao antigo principal credor o Banco Borges & Irmão, mais tarde substituído pelo BPI, último proprietário do imóvel.
 
Entra aqui em cena o nosso António Oliveira, jogador, treinador e selecionador nacional agora virado para o mundo empresarial que, “espicaçado” por alguns amigos, resolveu negociar com o Banco, adquirir o edifício, e explicar a jornalistas e convidados o que ali pretende fazer.
O projeto, concebido pelo Gabinete de Arquitetura APEL do Arq. Ginestal Machado, manterá intactas as características da fachada do edifício a sua traça imponente, e pretende reabilitar a antiga Albergaria construindo um hotel de 4 estrelas com 14 suites, 57 quartos duplos e 8 quartos individuais, um Health Club, um ginásio e um pátio interior com um jardim vertical.
O arquiteto que assumiu a responsabilidade do projeto de A Brasileira vai recriar o imóvel com o que de mais belo e glamoroso herdou do seu passado mas também adaptada ao bulício de uma cidade que é preferida como destino turístico europeu.
António Oliveira numa brilhante exposição salpicada aqui e ali por recordações de episódios da sua vida ligada ao FC Porto respondeu depois a várias perguntas dos jornalistas sobre pormenores da construção, sublinhando ainda, a existência, de um wine bar, um auditório e um restaurante com 60 lugares aberto a toda a cidade, para além das funções de apoio à respetiva unidade hoteleira.
O Hotel ocupará todos os pisos superiores e o café irá renascer à face do passeio no gaveto da Rua de Sá da Bandeira com o troço pedonal da Rua do Bonjardim e fazer justiça ao velho slogan “O melhor café é o da Brasileira”.
 
Até à próxima

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