domingo, 9 de abril de 2017

Missão cumprida

imagem retirada de zerozero
O futebol Clube do Porto regressou às vitórias na Liga NOS após ter recebido e vencido o CF “Os Belenenses”. O jogo em si não foi muito agradável de se seguir, mas tendo em consideração aquilo que a equipa de Quim Machado não quis fazer e a necessidade de pressionar, sempre que possível, o Benfica pode-se dizer que os dragões cumpriram a sua missão perante um Estádio do Dragão repleto de adeptos de ocasião.

Nuno Espirito Santo (NES) pareceu ter acedido - mais uma vez - às exigências da tal de “massa crítica” e mudou novamente o sistema de jogo. Tendo iniciado a partida a jogar num 4x4x2 os azuis e brancos até que não entraram muito bem na partida. Em certos momentos o jogo ofensivo dos comandados de NES era, quase que exclusivamente, lateralizado. E entenda-se aqui lateralizado por “bola nos pés de Alex Telles e este que resolva” com cruzamentos para a área do emblema da Cruz de Cristo. Não que a ideia estivesse mal pensada (até que foram muitas as ocasiões de perigo que surgiram desta forma), mas a execução não era a melhor. E quando não aparecia Alex, eis que era bola para Brahimi e este lá se entretinha a fintar dois ou três adversários até ficar sem a bola ou fazer um passe ridículo para um seu colega.

È neste cenário que surge o golo inaugural. Brahimi sofre falta ao tentar driblar um adversário na faixa lateral esquerda do ataque portista, o árbitro marca a falta, Yacine Brahmi marca o livre, André Silva tenta cabecear a bola na pequena área do Belenenses, esta ressalta para Danilo Pereira que sem marcação aproveita para marcar o primeiro golo. Mas nem assim o cenário mudou… O Belenenses continuava a apostar na sua estratégia “à Setúbal de Couceiro” e o FC Porto continuava algo intranquilo com tal postura. André Silva e Tiquinho Soares tiveram muitas dificuldades em passar pela defensiva azul. Isto porque Oliver Torres estava demasiado recuado no terreno. Ou seja; os avançados dos azuis e brancos tinham de contar com os cruzamentos à balda de Alex ou os desvarios de Brahimi para poderem ter uma bola em condições nos seus pés. Tal devia-se, digo eu, ao forte preenchimento do meio campo do Belenenses que – repito - esteve sempre muito mais interessado em perder tempo e em fazer faltas e faltinhas (obrigadinho Sr. Árbitro!) do que em jogar à bola. Estivesse Yacine naquela altura da época em que vinha buscar a bola ao meio campo para a libertar em condições aos seus colegas da frente e a música teria sido outra.

E assim se desenrolou o jogo até ao intervalo. Sempre com um incompreensível “tremelico” da parte do FC Porto perante um CF “Os Belenenses” nada interessado em jogar futebol (mesmo estando a perder!). È algo que a equipa de NES já deveria saber lidar mas quando se começa a ir atrás da “massa crítica” é natural que depois as coisas acabem por correr desta forma.

O Futebol Clube do Porto acaba por chegar aos dois a zero através da marcação de um canto que é muito bem aproveitado por Tiquinho Soares. O avançado portista estava liberto de marcação e cabeceou com eficácia para o fundi da baliza de Cristiano. Seria desta que chegaria a tranquilidade portista? Nem por isto! Nem com o Belenenses a insistir no seu jogo de treta o FC Porto foi capaz de se impor de uma vez por todas. A mudança para um 4x3x3 (Corona tinha entrado para o lugar de André Silva) não trouxe nada de novo a um FC Porto que parecia acusar a pressão de um estádio cheio de “apoiantes de ocasião”.

A desejada tranquilidade só surgiu após Brahimi ter sido quase que “destruído” por um defesa azul na grande área da equipa do Restelo. O argelino converteu a grande penalidade e, desta forma, possibilitou a NES gerir o esforço dado que no próximo sábado o campeonato pode muito bem ficar resolvido.

Concluindo; eu sou dos que diz que é sempre mais importante vencer do que jogar bem, mas acho que já vai sendo hora de o Futebol Clube do Porto saber lidar com equipas como este Belenenses. Bem sei que o plantel portista tem muitas limitações e que as arbitragens são sempre o que são, mas esta mesma equipa e treinador já deram provas num passado não muito distante que podem derrotar com relativa facilidade os “Belenenses do nosso campeonato”. Bem sei que isto de ter o estádio lotado de adeptos de ocasião não ajuda, mas façam um pequeno esforço para dar a volta por cima dado que na Luz não fizeram o que tinham de fazer para que a pressão estivesse sempre do lado do clube do Jonas piscinas, Pizzi caceteiro & Companhia.

MVP (Most Valuable Player): André André. Sempre muito discreto em campo André André procurou combater o povoado meio campo do Belenenses. Apareceu poucas vezes na zona de finalização, mas quando teve espaço para o fazer criava sempre muito perigo à defensiva azul. Sem sombra de dúvida o melhor elemento em campo numa partida onde somente uma equipa esteve interessada em vencer.

Chave do Jogo: Apareceu somente no minuto 74´, altura em que Brahimi marcou a grande penalidade a favor do Futebol Clube do Porto. Até esta altura uma incompreensível intranquilidade não permitiu aos dragões “matar” a partida mesmo estando a vencer por duas bolas a zero.

Arbitragem: Fábio Veríssimo tolerou em demasia o anti jogo do Belenenses. Na primeira parte Fábio Veríssimo deveria ter marcado penálti a favor do FC Porto dado que um defesa do Belenenses joga a bola com a mão na área (lance de difícil analise). Bem na marcação da grande penalidade por falta grosseira sobre Brahimi, contudo o jogador deveria ter sido expulso. No global o trabalho de Fábio Veríssimo e restante equipa de arbitragem foi positivo não tendo tido qualquer influência no resultado final do jogo.

Positivo: A vitória do FC Porto. Num jogo com pouca história onde somente uma equipa esteve interessada em vencer, de positivo apenas se pode destacar a vitória do Futebol Clube do Porto

Negativo: “Adeptos de ocasião”. Onde estavam todos estes “portistas” que marcaram presença hoje no Dragão nos outros jogos do campeonato? Num qualquer recanto a dizer mal da equipa com certeza.

Artigo publicado no blog o gato no telhado (08/04/2017)

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